ATA DA OCTOGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 1º-10-2008.

 


Ao primeiro dia do mês de outubro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maria Luiza, Maristela Meneghetti e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr. Goulart, João Carlos Nedel, Maristela Maffei, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor Garcia. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador João Bosco Vaz, juntamente com o Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 218/08 (Processo nº 5325/08); pelo Vereador Maurício Dziedricki, o Projeto de Lei do Legislativo nº 224/08 (Processo nº 5477/08). Também, foi apregoado o Ofício nº 836/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 001/08 (Processo nº 1342/08). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 926320 e 939639/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente informou que o Projeto de Lei do Executivo nº 040/08, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o ano de dois mil e nove, será priorizado na Ordem do Dia da Sessão Ordinária do dia seis de outubro do corrente e convidou os Senhores Vereadores para Sessão Solene destinada a assinalar o transcurso do centenário da imigração japonesa no Brasil, às quinze horas do dia três de outubro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib, registrou o transcurso do centésimo décimo terceiro aniversário do jornal Correio do Povo. Além disso, referindo-se à passagem, no dia cinco deste mês, dos vinte anos da Constituição Brasileira, considerou que os direitos preceituados na Carta Magna não são efetivamente observados na sociedade brasileira e defendeu a instalação de Assembléia Constituinte e a redução do número de vagas nos Legislativos do País. Em continuidade, foi apregoado o Memorando nº 060/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, na I Mostra de Canto e Dança da 3ª Idade, às quatorze horas, no Centro de Eventos Casa do Gaúcho, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell homenageou os aniversários de cento e treze anos do jornal Correio do Povo e de cinqüenta anos das Lojas Tevah. Também, criticou a Prefeitura Municipal pela gestão dos recursos federais destinados à aplicação em saúde em Porto Alegre e salientou que as construções do Parque Germânia e do Centro Popular de Compras foram aprovadas por este Legislativo. Finalizando, cobrou ações da Fundação de Assistência Social e Cidadania em relação aos moradores de rua. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, da Professora Andréia Larini e de alunos da Escola Estadual de Ensino Médio José do Patrocínio. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, mencionando as eleições municipais a serem realizadas no dia cinco de outubro do corrente, destacou que Sua Excelência se sente dignificada e honrada por ter exercido seu atual mandato e discutiu a relevância dos atos políticos praticados por este Legislativo. Sobre o tema, reafirmou seu carinho por Porto Alegre e citou o apoio do Presidente da República a candidatos de Partidos que integram a base de apoio ao Governo Federal. O Vereador Luiz Braz discorreu a respeito da crise financeira que está afetando o mundo em decorrência da queda nos índices das bolsas de valores, afirmando que medidas de socorro com dinheiro público a empresas que não gerenciaram bem seus negócios não são aceitáveis. Nesse sentido, criticou o Governo Federal pela ajuda dada aos bancos com dificuldades financeiras através do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional – PROER. O Vereador Nilo Santos protestou contra dificuldades impostas pelo Conselho Municipal de Assistência Social, relativamente à liberação de recursos aprovados nesta Casa, no valor de cinqüenta mil reais, para a Creche Alto Erechim. Sobre o assunto, justificou que falta boa vontade por parte dos integrantes desse Conselho, uma vez que esses recursos já estão liberados para utilização e as crianças necessitam dessa ajuda. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, do ex-Vereador Valdir Fraga e do Senhor José Carlos Elmer Brack, Presidente Metropolitano do Partido Trabalhista Brasileiro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza registrou ter recebido convite do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar das transmissões de um jogo de futebol na cabine da Rádio Guaíba. Ainda, defendeu o financiamento público das campanhas políticas, alegando que, dessa forma, haveria mais justiça na disputa. Finalizando, solicitou fiscalização mais rígida do Tribunal Regional Eleitoral em relação a distorções cometidas por candidatos a Vereador de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Adeli Sell reportou-se ao pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador Haroldo de Souza, em Comunicação de Líder, acerca das campanhas empreendidas por candidatos às eleições municipais do dia cinco de outubro do corrente. Ainda, denunciou o uso da máquina pública por candidatos a esse pleito, declarando que possui documentos comprovando irregularidades e que estuda medidas jurídicas para encaminhamento do assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Neuza Canabarro, frisando que a educação é compromisso histórico do Partido Democrático Trabalhista, afirmou que a priorização dessa área foi a condição imposta por seu Partido para formar coligação com vistas ao pleito municipal do dia cinco deste mês. Nesse sentido, questionou a eficácia de propostas de instauração de turno inverso nas escolas municipais, defendendo a implantação de atendimento em horário integral na rede de ensino de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador João Antonio Dib analisou a conjuntura econômica mundial, atentando que os problemas atualmente enfrentados pelas instituições financeiras estadunidenses poderá causar reflexos na economia brasileira. Além disso, reportou-se às manifestações efetuadas nesta Sessão pelos Senhores Vereadores, referentes às campanhas de candidatos às eleições para os cargos de Prefeito e Vereador de Porto Alegre. Às quinze horas e dois minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu quero fazer dois avisos. Primeiro: na próxima segunda-feira nós vamos começar a discutir a LDO, e temos que votá-la na quarta-feira, e, na sexta-feira, às 15h, por proposição da Mesa Diretora, haverá uma Sessão Solene em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa. Eu sei que é a sexta-feira que antecede as eleições, mas é importante que os Vereadores estejam aqui.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho em mãos o jornal Correio do Povo nº 1, do 114º ano. Portanto, completou 113 anos. É um jornal realmente importante na história do Rio Grande do Sul, é um jornal que todos nós gostamos de ler e que diariamente chega cedo às nossas casas, e nós podemos, com rápidas olhadas, ter informações completas do que vai pela Cidade, pelo Brasil e pelo mundo.

No próximo dia 5 nós teremos 20 anos da Constituição brasileira. Eu não sei se essa Constituição chamada de cidadã tem alguma coisa de cidadã. Por exemplo, ali diz que o salário mínimo deve ter um valor tal que permita manter uma família de quatro pessoas com casa, comida, educação, roupa lavada, férias na praia e dinheiro na poupança - está escrito lá! Eu quero saber o que o salário mínimo sustenta; tenho uma curiosidade imensa.

Ali também diz que a Saúde é direito de todos e dever do Estado, no caso, a União - não é o Estado do Rio Grande do Sul, não me digam isso, por favor. A União se nega a dar 10% da sua arrecadação para a Saúde, e Porto Alegre, desde que o Presidente Lula assumiu, passou a receber menos recursos para a Saúde. Hoje mesmo o nosso espelho cita o pagamento do teto Municipal de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, no valor de R$ 38.994.431,90. Vem em nome da Prefeitura, mas não fica na Prefeitura; a maior parte é entregue, por acordo do Prefeito João Verle, ao Hospital de Clínicas e ao Grupo Hospitalar Conceição. Portanto, temos deficiências na Saúde, e o Estado, que está lá na Constituição como responsável por ela, não quer gastar 10% da sua arrecadação em Saúde, gasta 4%; o Município de Porto Alegre gasta 15%. Mas por outro lado, essa Constituição que tem 20 anos, tem mais de 40 emendas, enquanto a constituição americana tem 200 anos e não tem tantas emendas e muito menos artigos.

Eu acho que a nossa solução seria uma nova Constituição, feita por uma constituinte cujos integrantes não se candidatariam a Deputados; seriam juristas, seriam economistas, engenheiros, sindicalistas, médicos, jornalistas, enfim, pessoas que representassem toda a coletividade, em número, talvez, de 150, 180, não mais do que isso, e nós restabeleceríamos a ordem neste País. Começaríamos não tendo mais 513 Deputados Federais. Nós que copiamos dos Estados Unidos muitas coisas, faríamos na mesma proporção que eles: eles têm 435 Deputados, e se mantivéssemos a mesma proporção que eles - que têm 50 Estados, 100 milhões de habitantes a mais do que nós, e um milhão de quilômetros quadrados a mais do que nós -, teríamos 234, e já chegavam 234 Deputados; aliás, sobravam. Diminuiríamos também o número de Senadores; não há porque ter mais de 40 Senadores. Vamos reduzir pela metade, e evidentemente reduziríamos também o número de Vereadores. Eu manteria o número de Deputados Estaduais, porque acho que esses têm um número razoável.

Portanto, parabéns ao jornal Correio do Povo, parabéns à Constituição Cidadã, que de cidadã não tem nada, que de Cidadã não tem nada, mas, de qualquer forma, assegura o direito de cada um de nós, às vezes não muito respeitada, porque há grampos telefônicos e uma série de coisas fora da Constituição. Mas ela está aí, e é melhor do que nada. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Claudio Sebenelo solicita representação desta Casa para participar da 1ª Mostra de Canto e Dança da Terceira Idade, a realizar-se no dia 1º de outubro de 2008, às 14h, no Centro de Eventos do Parque Harmonia.

 Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente; colegas Vereadores; senhoras e senhores, eu também queria homenagear este magnífico jornal Correio do Povo nesta importante data, que é o 1º de outubro. Da mesma forma, eu queria saudar a Empresa Tevah, que há 50 anos foi fundada, que faz um belo trabalho de solidariedade e que tem um trabalho social extremamente importante, é uma Empresa de renome neste Estado. Portanto, neste 1º de outubro, rendo minhas homenagens ao jornal Correio do Povo e à Tevah.

Ver. João Dib, vou lhe dizer o seguinte: o senhor é engenheiro, é bam-bam em cálculos, mas acho que estão lhe passando alguns papéis errados. Depois vou pegar os meus papeis e comparar com os seus, porque o senhor é melhor do que eu em Matemática, mas eu acho que lhe omitiram alguns papéis, porque o dinheiro que vem para a Prefeitura de Porto Alegre é muito grande. O problema da Prefeitura de Porto Alegre, na área da Saúde, é de gestão. Eu não estou duvidando das suas contas; o senhor é melhor do que eu em Aritmética. Vamos agora lá ao Parque Santa Anita e ver como está o seu postinho de saúde; vamos amanhã, de manhã, na Vila Mapa 2, para ver como está o seu postinho de saúde - aí nós começamos a conversar sobre Saúde em Porto Alegre.

Mas eu também quero colocar aqui algumas questões sobre as quais Porto Alegre precisa cuidar. Neste momento em que tantas coisas aparecem em jornais, eu queria esclarecer a quem está assistindo a TVCâmara, a quem está aqui no plenário, que o Parque Germânia foi aprovado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, e feito por uma empresa privada. Não foi nem a Prefeitura, nem a Secretaria, nem Secretário, nem Vereador quem o fez; este é o primeiro esclarecimento.

Segundo: o Camelódromo foi aprovado pela Câmara Municipal, por todos os Vereadores aqui; não foi o Prefeito, não foi o Secretário, não foi o Vereador que fez; foi a iniciativa privada numa concessão pública.

Terceiro: o Alvará Provisório surgiu em 2003, graças aos funcionários da SMIC, que, comigo, discutiram a importância de as pessoas terem um alvará enquanto buscassem regularizar o prédio onde estavam, porque muitos não podiam ter o seu alvará, porque a Prefeitura não legalizava os terrenos. Portanto, o Alvará Provisório é de autoria deste Vereador, enquanto Secretário, pela obra e graça dos funcionários da SMIC a quem eu rendo minhas homenagens. O resto que está aparecendo por aí, no rádio, na TV, em matérias pagas, é tudo mentira; mentira. É mentira o que está aparecendo aí sobre o Parque Germânia; é mentira! Sobre o Camelódromo, é mentira; sobre o Alvará Provisório, é mentira. Mentir é feio e, além de tudo, mentir não ético. Portanto, o Vereador que é atento, que fiscaliza as coisas da Cidade não pode se calar, e este Vereador não vai se calar diante das coisas erradas desta Cidade. Como também vou continuar cobrando para que o Centro Histórico de Porto Alegre mereça ter esse nome que nós, recentemente, por unanimidade, demos ao Centro tradicional de Porto Alegre.

É preciso resolver o problema das pessoas que moram na rua, das pessoas que têm sofrimento psíquico, das pessoas que vivem esmolando, das pessoas que estão doentes, das pessoas que consomem crack em frente à Prefeitura e ao Mercado Público. Gestor que se preza tem que olhar para a sua cidade, tem que olhar para os seus cidadãos. Não podemos continuar com isso, e na Cidade Baixa não é diferente. Tem esquinas para as quais eu vivo pedindo para a FASC resolver o problema dos moradores de rua e eu nem recebo retorno, o que dirá uma ação concreta do chamado Ação Rua? Tem o nome de Ação Rua, mas eu não vejo ação e não vejo a FASC na rua. Isso não é trocadilho, isso não é discurso de palanque; esta é a realidade, porque o Vereador que se preza fiscaliza. Não importa quem seja o Governo, não importa criticar os seus colegas, porque quem tem coragem fala, diz, prova e cobra! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Carlos Nedel informa à Mesa que nos honram com sua visita a Profª Andreia Larini e os alunos Jéssica Ilha, Cristiane Barbosa e Dércio Porciuncula, da Escola Estadual de Ensino Médio José do Patrocínio, da Restinga. A nossa saudação a eles, e obrigado pelas presenças.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, durante todo este período eleitoral, quero dizer que nós tivemos uma Bancada presente, Ver. João Antonio Dib, quase que em todas as Sessões. Claro que muitos foram se dedicar a outras tarefas, mas nós compreendemos que temos de cumprir com o nosso compromisso, e aqui estamos para isso. Se houverem Projetos, e houve, como foi o caso, na semana passada, do próprio congelamento do salário dos Vereadores, por quatro anos, aqui estavam todas as Bancadas representadas, para honrar a Casa do Povo de Porto Alegre.

Eu gostaria de dizer, Ver. Sebastião Melo, antecipadamente, que me sinto uma mulher realizada; enquanto não estou professora, neste momento, mas como Vereadora, quero dizer da grandeza de poder estar à frente desta Casa junto à comunidade de Porto Alegre, enquanto Vereadora da nossa Capital. Independente de qualquer resultado, quero dizer que isso dignifica muito a qualquer um ou uma que passe por aqui, com a qualidade, a presteza e a necessidade que nós temos de estarmos atentos aos problemas da nossa Cidade. Quero dizer isso agora, antes da segunda-feira, independente de qualquer resultado, esta Vereadora do PCdoB e, com certeza, a maioria das Bancadas, Verª Neuza Canabarro, estaremos aqui para iniciar a votação da LDO, porque é um compromisso nosso. As coisas passam, assim como a história biológica, as pessoas passam, e a política fica, as coisas ficam. Então, este é um momento antropológico em que nós passamos do sagrado para o sagrado, eu sempre coloco isso, porque na antropologia é assim. Nesta Casa eu não acredito em profano, independentemente da questão ideológica e das posições; esta tribuna, Ver. João Dib, é a tribuna onde nós fazemos todas as nossas discussões, os nossos embates, mas nós temos a dignidade de, quando estamos próximos uns dos outros, de ter a diplomacia da humanidade, e isso é fundamental, porque nós somos formadores de opinião e devemos dignificar esta Casa e as relações humanas como exemplo. Então, Ver. Haroldo, Ver. Raul. Ver. Beto Moesch, Ver. Luiz Braz, Ver. João Bosco, Verª Neuza, Ver. Adeli, Ver Sebastião Melo, nosso Presidente, que aqui estão, quero dizer que me sinto honrada de estar partilhando esses momentos. E a nós, que estamos sempre aqui, Ver. João Bosco, quero dizer com carinho do respeito que nós temos pela nossa Cidade.

Mas eu não poderia deixar de dizer que, de todas as eleições, eu nunca estive num momento tão zen, tão tranqüilo, independente do que vai acontecer. Também não posso deixar de dizer, Ver. Adeli Sell, que o Presidente Lula também é meu Presidente, que eu tenho certeza de que ele está honrado em me apoiar, em apoiar aqueles que são da sua base e, como um ser democrático que ele é, também respeitar todos aqueles que não são da sua base. Então, Presidente Lula, até a vitória daquele que for mais bem votado na nossa Cidade, com muita dignidade, com muita compreensão, muita luta; juízo, Ver. João Dib! E, segunda-feira, todos nós estaremos aqui, se Deus quiser! Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, exatamente na semana que antecede as eleições do próximo domingo, nós temos a notícia da maior crise, nos últimos tempos, instalada no mercado financeiro internacional. E essa crise que começa nos Estados Unidos, com certeza, vai acabar afetando também o nosso País.

E, Ver. João Dib, imagine V. Exª, que é exatamente neste momento de crise que nós vemos que as democracias de todo mundo se assentam em cima do Poder Legislativo principalmente! Eu vejo o problema que está acontecendo nos Estados Unidos: o Presidente Bush, para salvar a sua honra, oferece um pacote para que os bancos sejam financiados naquilo que fizeram de errado e para que não entrem em bancarrota. O que aconteceu com o congresso norte-americano? Simplesmente, Ver. Haroldo de Souza, o congresso norte-americano é quem vai resolver se esse pacote oferecido pelo Presidente Bush vai ser aprovado ou não! E o mais notável de tudo é que os partidários do governo atual, os republicamos, eles que estão dando votos, em maioria, contra o pacote oferecido por Bush, por um só motivo...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Antonio Dib.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: É, aprenderam com a Argentina! Mas por um só motivo: o povo não pode financiar maus empresários. Dentro de uma democracia - e olha que eles são, na verdade, os apoiadores do liberalismo, são fiéis apoiadores do liberalismo. Mas eles acreditam, que dentro de uma economia liberal, nós não podemos, de forma nenhuma, colocar o povo para financiar maus negócios que foram realizados por empresários incautos. É exatamente isso que está acontecendo, Ver. João Dib, nos Estados Unidos. O Congresso norte-americano, hoje, está para decidir, mas pode, inclusive, decidir contra o pacote, exatamente porque o pensamento é não financiar banqueiros, completamente diferente do que nós fazemos aqui no nosso País! Aqui no Brasil, qualquer banco que vá mal, vai lá o Governo brasileiro - e eu não estou dizendo nem deste Governo, porque todos os Governos têm agido absolutamente assim, basta que qualquer banqueiro esteja falindo - levar apoio. Só que esse apoio que o Governo leva - inclusive temos um Programa aí que se chama Proer, para poder financiar banqueiros - é dado pelo povo, não é o Presidente que está tirando dinheiro do seu bolso para poder salvar os banqueiros! E os Estados Unidos estão nos dando uma grande lição. Eles estão mostrando, lá no Congresso norte americano, que mesmo aqueles que apóiam o Presidente Bush estão contra a idéia de salvar, com o dinheiro do povo, os bancos. Agora, aqui não! Aqui o Presidente Lula, os ex-Presidentes, todos eles, com a primeira notícia de que há de um banco falindo, lá vai o Governo brasileiro tentar salvar os bancos. Eu acho que nós temos que aprender aqui as lições; nós também! Ver. João Antonio Dib, temos que dar menos apoio aos banqueiros, que são, na verdade, os grandes donos deste País - ou não são? São os banqueiros os grandes donos deste País!

Eu concordo com Gustavo Barroso, quando escreveu há muito tempo “Brasil, colônia de banqueiros”, porque é exatamente isso que nós somos: colônia de banqueiros! Enquanto isso, lá nos Estados Unidos, eles dão o testemunho de como devemos nos portar em crises assim como esta: nada de apoio aos bancos que não souberam administrar bem os seus recursos! Se vão à bancarrota, vão à bancarrota, mas não é o povo, roubado pelos banqueiros, que, na última hora, vai colocar lá apoio para que os bancos sejam salvos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores que nos acompanham nesta tarde, eu quero, mais uma vez, trazer a esta tribuna as dificuldades que a gente tem em acompanhar os trabalhos dos nossos Conselhos. Mais uma vez, enfrento uma dificuldade com o Conselho Municipal de Assistência Social. Os senhores e as senhoras aprovaram, aqui, uma Emenda parlamentar deste Vereador que destinava 50 mil reais para o SASE da Creche Alto Erechim, e 50 mil reais para a Creche Marista, próxima ao Centro Calábria; creche que o Ver. Ervino Besson conhece muito bem. Apresentamos essa Emenda parlamentar que foi aprovada aqui, mas me parece que o Conselho Municipal de Assistência Social não respeita muito o que é aprovado nesta Casa; parece que eles têm certa dificuldade de entender que eles não são deuses, muito menos semideuses; não conseguem compreender que o que se decide nesta Casa precisa ser avaliado de uma forma imparcial, e não política. Foi aprovada uma Emenda que destina 50 mil reais para uma entidade - e isso está aprovado, está gravado, o dinheiro existe, o dinheiro já está reservado -, mas, até agora, não conseguimos ainda a aprovação junto ao Conselho Municipal de Assistência Social para que a Creche Alto Erechim receba essa verba, Ver. Adeli Sell. Parece mentira, senhoras e senhores, que, até agora, nós não conseguimos aprovação para a liberação de uma verba aprovada através de uma Emenda parlamentar, Ver. Adeli! A creche tem a documentação em dia, faz o atendimento.

Senhoras e senhores, eu posso falar sobre isto, porque eu venho do morro, me criei no morro, não tenho vergonha disso; muito pelo contrário, me sinto honrado por poder sair do morro e estar hoje aqui, juntamente com os demais Vereadores, defendendo a nossa Cidade, os nossos moradores, mas fica muito difícil ter a oportunidade de crescer e oferecer uma qualidade de vida melhor para as pessoas necessitadas quando temos um Conselho que é uma amarração. E eu já pedi que esses Conselhos fossem fiscalizados. Nós temos que saber quem são essas pessoas que representam esses Conselhos. Quem são? Porque eu já contei uma história para os senhores, e essa história me faz crer que não são pessoas sérias; não são, Ver. Luiz Braz. Não são, Ver. Alceu Brasinha, porque se fossem sérias, fariam o máximo empenho para resolver o problema dessas entidades que estão com verba destinada. As crianças estão sendo atendidas, até agora, com verba própria da entidade, e 50 mil reais estão guardados no cofre, sem serem tocados, enquanto as crianças estão comendo menos do que deveriam estar comendo; comendo com menor qualidade.

Aproveito para saudar o Presidente do Partido Trabalhista Brasileiro, nosso querido Brack, presente no plenário. Meu Presidente, o senhor é o Presidente do meu Partido, e eu gostaria que me auxiliasse junto à FASC, para que ela trabalhasse junto com o Conselho, a fim liberar esse dinheiro de uma vez. O dinheiro está guardado no cofre, Ver. Dr. Goulart, enquanto as crianças estão tendo um atendimento que não é o ideal.

Fica aqui o meu apelo a esta Casa, fica o apelo a esta Presidência, para que possamos, juntos, fazer um contato com o Conselho Municipal de Assistência Social para que essa verba seja liberada de uma vez. Vai para lá o Projeto, o Projeto volta; o Projeto vai para a FASC, o Projeto volta; o Projeto vai para o Conselho Municipal, o Projeto volta, porque falta ponto, falta letra, falta não-sei-quê. Falta é seriedade, falta é gente séria dentro desse Conselho para trabalhar realmente por aqueles que mais precisam! Quem não entende de assistência social, quem não sabe fazer o trabalho de assistente social não pode estar dentro de um Conselho Municipal de Assistência Social, Conselho que já foi composto por gente que tinha entidade representada lá dentro, entidade com problema na prestação de contas, Ver. Beto Moesch. Quem tem problema na prestação de contas na sua entidade não pode fazer parte do Conselho Municipal de Assistência Social, e deveria ter vergonha, acertar as suas contas e, depois, ir para casa, Ver. Bosco. Obrigado, senhoras e senhores. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença do ex-Presidente desta Casa, Ver. Valdir Fraga, e do Presidente do PTB Municipal, Dr. Brack.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, amigos que nos acompanham pelo Canal 16, pessoas aqui presentes, recebi hoje um telefonema de Brasília, do Presidente Lula, pedindo para participar de um jogo na Rádio Guaíba, quando eu voltar a narrar futebol, para ficar na cabine - ele quer assistir a um jogo, da cabine, comigo -, gente que se liga na gente, Presidente Lula. Aí eu disse a ele: “Mas sem foto, não é, Presidente?” Ele falou: “Sem foto”. Então, sem fotos de mim e do Presidente Lula, para assistir um jogo na cabine lá da rádio, porque o que se disputa uma foto com o Presidente Lula!! E tudo isso num Brasil que eu não consigo enxergar! Setenta por cento do povo brasileiro aprova o trabalho que o Lula está fazendo. Eu não consigo enxergar esse Brasil de 70% de aproveitamento; não consigo. E quando se está em campanha, vê-se, escancarada à sua frente, a desigualdade, a falta total de uma melhor assistência às pessoas; enfim, a miséria. É a miséria que chega, e as pessoas ficam brigando por foto.

Mas, na reforma política que virá - nós que estamos chegando ao fim de uma jornada, porque faltam apenas três dias e poucas horas para a eleição -, eu gostaria muito que fosse aprovado, sim, aquele item que fala de dinheiro público para financiar as campanhas eleitorais - dinheiro público, sim -, pois isso estabeleceria o valor de 50 mil reais para se fazer uma campanha digna, sem sujar a Cidade, uma campanha bonita, uma campanha pacífica. Cinqüenta mil reais para um Vereador dá perfeitamente para fazer uma campanha; quem está falando é um candidato. O Dib já começa a dialogar com o Raul, dizendo que talvez não seja suficiente; outro já me olha atravessado. Não, eu estou falando como uma pessoa que está dentro de uma campanha, que tem todos os problemas que os outros têm. Por falar em “outros têm”, tem gente que está usando de artimanhas, o que não é legal. Por exemplo, há um Vereador que está falando do Parque Germânia: mas como apenas um Vereador seria responsável pelo Parque Germânia? Também há outro Vereador que diz: “O camelódromo é meu; eu fiz”. Não, nós temos que respeitar o Executivo, que faz, e também tem que respeitar os outros 35 Vereadores que aqui estão e que votaram aquele Projeto, como foi o Projeto do Parque Germânia. Não foi um só Vereador - esse que coloca “santinhos” em jornais - que estabeleceu a condição para se ter o Parque Germânia, como também não foi só um Vereador que estabeleceu condições para termos o camelódromo em Porto Alegre. Então, por favor, vamos dar 50 mil para cada um, do dinheiro público. Cinqüenta mil reais, eu estou dizendo, e não adianta falar: “Não, mas você é conhecido e coisa e tal”. Então dá 40 mil para mim e dá 50 mil para aos demais. Mas 50 mil reais são suficientes para fazer uma campanha, para a gente não ver essa desigualdade que está na Cidade, uma desigualdade gritante entre aqueles que postulam uma das 36 cadeiras, por quatro anos, como Vereador na cidade de Porto Alegre. Essas distorções têm que terminar. É o que eu estou falando, embora nós tenhamos campanha para Vereador na rua que poderia ser feita para Deputado, porque se gastam mais de 200, 250, 300 mil reais.

Agora, o TRE não me deixa dormir - não é “não me deixa mentir” -, o TRE não me deixa dormir de preocupação em não atingir nada que possa dizer que o Haroldo está fora da lei, dos regulamentos desse jogo. Espero que esse mesmo TRE tenha com todos o tratamento igual, para que aqueles que realmente estejam passando das medidas, aqueles que realmente estejam usando de mentiras possam ser responsabilizados por suas atuações.

E as dificuldades que nós encontramos na rua, Ver. Sebastião Melo, como político: “Ah! Político é tudo igual. Político não sei o quê”. Não! Eu digo para muitos dos nossos eleitores, dos nossos amigos que vão votar dia cinco: “Vocês também são responsáveis, vocês também são responsáveis por brincarem com o seu voto”. Às vezes, eles se vendem por qualquer coisinha, até pelo sonho de uma casa, embora a gente saiba que, realmente, ter a casa própria não é assim como estão dizendo por aí. Por favor, de mentiras, chega! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, o Ver. Haroldo de Souza acaba de falar por muitos de nós, inclusive por muitos cidadãos desta Cidade. Eu quero voltar a essas questões, Ver. Haroldo de Souza, porque colocar capa asfáltica, a uma semana das eleições, em becos, que passaram quatro anos sem, em troca de votos, é crime eleitoral.

Eu estou com os locais anotados. Eu estou com fotos. Eu estou com gravações. Eu estou fazendo uma consulta jurídica para ver quais as medidas que poderei tomar. Eu repito: eu tenho falas, eu tenho fotos, eu tenho fatos. Isso é crime, e crime tem que ser punido! Também acho que nós aprovamos aqui um bônus de 40 mil reais para a transferência das pessoas na área do Socioambiental. Ontem à noite, tive vários indícios de pressão sobre pessoas do Beco do Resvalo e de outros lugares, o mesmo teor de sacanagem, de calhordice para ganhar votos. É muito ruim isso para a democracia, muito ruim para a democracia! Por isso, como diz o Ver. Haroldo, anda-se na rua e ouvem-se pessoas achincalhando os políticos. Mas eu vejo aqui alguns Vereadores que têm a determinação de “não engolir sapo” nem compactuar com sacanagem.

Eu tenho a grata satisfação de encontrar muitas pessoas que elogiam a minha postura, e quero dizer que continuarei assim, “com o dedo na ferida”, denunciando aquilo que tem que ser denunciado, porque esse, Ver. Brasinha, é o papel do Vereador atuante, na rua, no Plenário, em todos os lugares! Não há espaço privilegiado; subir o Morro da Polícia é tão importante quanto estar aqui para fiscalizar obras do Executivo e cobrar, por exemplo, podas de árvores, árvores que têm que ser cortadas, porque podem cair sobre a casa das pessoas. Mas também é importante vir aqui e dizer que são mentirosos - mentirosos! - aqueles que dizem o que estão dizendo, em matéria paga nos jornais, sobre o Parque Germânia, mencionado pelo Ver. Haroldo. É mentira! Quem aprovou o Parque fomos nós todos aqui, praticamente; alguns parece que não votaram, saíram, não me lembro. Quem aprovou foi a Câmara, quem fez a obra foi a iniciativa privada, quem concedeu foi a Prefeitura - esses são os fatos.

O Camelódromo, que vergonha, gente! Mas que vergonha! A que baixaria chegamos! Gente, isso foi aprovado por unanimidade, era uma lei genérica, e quem concedeu foi a Prefeitura. Houve Audiência Pública, eu questionei o Estudo de Impacto de Vizinhança, que inclusive foi feito por uma empresa que nem daqui é, é de Erechim. Não tem um centavo de dinheiro público; é privado! Então, não tem essa! Mentem! É vergonhoso, é escandaloso! O Estado, que já teve a história que teve, de um Pasqualini - de um Pasqualini! -, de um Ferrari e de tantos outros, de um Loureiro da Silva, Ver. Dib, e a gente vê pessoas que querem passar por cima dos fatos, passar por cima das pessoas, passar por cima da ética, passar por cima da coisa certa.

Outra coisa: o alvará provisório. Estão indo às pessoas, pressionando para botar placa, porque deram alvará provisório. Mas que vergonha! Mas aonde chegamos? Que baixo nível! Eu me envergonho de um negócio desses. Eu me envergonho disso, porque as pessoas mentem e acham que o povo é estúpido. E, para terminar, quero dizer que continuo fiscalizando as cooperativas picaretas, e, depois da semana que vem, vou ver, Comissão por Comissão, um pedido especial que fiz aqui para analisar a coisa lá no Mercado Público. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Dib, informo a V. Exª que o Ver. Ervino já havia solicitado o Tempo de Liderança, pelo Governo. Portanto ele está inscrito, será depois da Verª Neuza. Então peço que V. Exª e o Ver. Ervino entrem num acordo, pois os dois fazem parte da base do Governo.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo Sr. Vereador Sebastião Melo, muito digno Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, quero dizer que estamos, neste momento, já nos últimos dias de uma campanha eleitoral, e é claro que muitos com os ânimos abalados, e muita tranqüilidade para os mais velhos, não é, Ver. João Antonio Dib? A experiência nos dá isso: a tranqüilidade do que tem que vir; o que é nosso ninguém tira. Uma coisa que nos preocupa é a questão da ética, da coerência e da moral: fazer um trabalho com tranqüilidade, com seriedade, e nós logicamente vemos nesta campanha eleitoral muitas distorções. Sabemos que há um Tribunal Regional Eleitoral que está acompanhando os passos dos Vereadores, e nós, como Vereadores, temos a obrigação de dar o exemplo, e é claro que a transparência das nossas contas, se olharmos as despesas apontadas, são exatamente o reflexo ou o espelho daquilo que se vê nas ruas em termos de pintura de muro, de material gráfico, de pessoas na rua. E isso tem que ter uma compatibilidade; nós não podemos ver pessoas que estão com campanhas vultosas, muito caras na rua, e, na sua prestação de contas, ela é extremamente modesta. Mas isso tem gente para ver, Ver. João Antonio Dib. Agora, o que estou querendo registrar neste dia, é que nós recebemos a visita do Senador Cristóvam Buarque, tivemos um almoço com ele, e nós estamos numa coligação com o Prefeito Fogaça, com o PMDB, com o PTB e com o PSDC, e a única condição que nós colocamos (para a coligação) foi a questão da Educação, que é a nossa bandeira e a nossa prioridade: a avaliação dos ciclos e o turno integral. Hoje, reafirmamos com o Presidente Nacional do PDT e com o Senador Cristóvam Buarque que turno integral, Ver. Adeli Sell, é turno integral nas escolas de Porto Alegre, e, se me disserem que não é possível porque não há recursos, eu desafio a me provarem isso, sabem por quê? Porque o que nós construímos em Porto Alegre, e o Ver. João Antonio Dib sabe que foi uma enormidade em escolas! Deixamos capacidade para turno integral, em Ensino Fundamental, para 42 mil crianças. Sabem quantas existem hoje no Ensino Fundamental em Porto Alegre? Quarenta mil. Há vagas para duas mil ainda, apenas com as escolas construídas por nós, e mais seis ou oito construídas pelo PT. Há condições de sobra para atender todos os alunos da Rede Municipal com turno integral. E não admitimos, sob hipótese alguma, que se faça a proposta de turno inverso, ou seja, as crianças estão na escola, mas, no turno inverso em que não há ensino formal, há a possibilidade de ocuparem os espaços da Secretaria de Esporte, do Instituto Ronaldinho ou do que se tem na Cidade. Isso é um direito que tem todo e qualquer cidadão. Turno integral é responsabilidade da escola! A escola admite o aluno pela manhã e o entrega aos pais à noite, com cinco refeições balanceadas, com aquela pesquisa para ver quais suas aptidões e para onde pode ser orientado, com a educação de qualidade que tem o filho do rico que nós queremos dar às nossas crianças da periferia.

Por essa razão, eu digo que nós temos uma bagagem que é muito valiosa, e temos algo que se chama coerência. Não somos inflexíveis, porque hoje aceitamos que todos os candidatos proponham o turno integral: o PT, que terminou com o turno integral em Porto Alegre, o PMDB, que terminou no Estado, e o DEM e o PP também querendo o turno integral. Que coisa boa! Nós estaremos aí para somar, mas não venham com falsificação barata.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; em primeiro lugar, o meu agradecimento ao Ver. Ervino Besson, que abriu mão de seu tempo para que eu pudesse falar pela Liderança do Governo. Quero dizer que parece que há um nervosismo exacerbado em razão das eleições que se aproximam, e, no domingo, elas acontecem.

Então, tudo está errado. O nosso querido amigo Ver. Luiz Braz vociferou - vou usar esse verbo para que ele comece a sorrir; e sorriu - contra os banqueiros dos Estados Unidos. De repente, há alguém que possa dizer que não tem nada a ver com a Liderança do Governo, mas eu gostaria de saber qual foi o banqueiro que quebrou e ficou pobre? Agora, na quebra do banco, muita gente realmente ficou pobre, muita gente ficou em dificuldade. E é tão séria a crise americana, que a Governadora Yeda está se reunindo com o seu Secretariado para prevenir qualquer coisa, e o Presidente da República está fazendo declarações contraditórias, às vezes. Então, na realidade, nós temos que nos preocupar com a situação americana. E eu acho muito bom que o Presidente Bush, pela primeira vez, faça uma coisa com alta correção, ou seja, não deixe os bancos quebrarem, porque nós poderemos ter recessão nos Estados Unidos e, conseqüentemente, isso vai chegar até Porto Alegre.

Eu quero dizer, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, que alguém é responsável por uma obra, quando este está, naquele momento, e a obra se realiza. Se o Parque Germânia foi realizado, e a Secretaria do Meio Ambiente era comandada por Pedro, por Paulo ou por Chico. Então, Pedro, Paulo ou Chico é o responsável pela execução do Parque Germânia. Eu quero dizer que se camelódromo aconteceu enquanto estava de Secretário A, B, C, D, X, Y ou Z, então quem estivesse lá era o “homem do camelódromo”. Portanto, eu não tenho restrições a fazer com relação às colocações que são feitas, porque as coisas aconteceram no momento em que aquelas pessoas estavam no comando daquela atividade. E é por isso que eu recomendaria tranqüilidade a todos.

E ao meu amigo Adeli Sell quero dizer que não há nenhum dirigente municipal, estadual ou federal que não queira acertar; todos querem acertar. Eventualmente se equivocam, eventualmente não são corretos, eventualmente não são sérios, não são responsáveis, mas eu não posso começar acreditando que em tudo que é feito, como o problema desse Bolsa Habitação, dos 40 mil reais, a Prefeitura esteja completamente equivocada. A Prefeitura está fazendo tudo dentro de critérios que foram aprovados por esta Casa, para que as pessoas não fiquem, pura e simplesmente, na rua. Eu acho que as coisas acontecem como quando a Prefeitura, na Administração dos partidários do Ver. Adeli Sell, fez equivocadamente o Direito Real de Uso em áreas em que não poderia, e não foi possível provar na Justiça, porque engenheiros da Prefeitura atestaram um fato que inexistia. Então, acho que naquele momento foi dado o Direito Real de Uso da Vila Planetário, e a maioria daqueles que recebeu o Direito Real de Uso nunca pagou uma prestação, e eu acho até que a maioria já não está mais lá. Mas por isso eu não vou culpar o Prefeito Olívio Dutra; ele fez uma coisa, achando que era boa: entregou as casas com Direito Real de Uso para noventa e poucas famílias. Agora, se não pagaram as prestações, se não ficaram o tempo devido, se negociaram, é difícil o Poder Público examinar isso aí. Mas pode ter certeza, Ver. Adeli Sell, de que a Prefeitura está fazendo tudo com muita atenção, com muita seriedade e com muita responsabilidade. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não havendo quórum para entrarmos na Ordem do Dia, encerramos os trabalhos da presente Sessão, registrando, antes, as presenças dos Vereadores Ervino Besson, João Bosco Vaz, Dr. Raul, Haroldo de Souza, Sebastião Melo, Beto Moesch, Nilo Santos, João Antonio Dib, Luiz Braz, Adeli Sell, Claudio Sebenelo e Alceu Brasinha.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h02min.)

 

* * * * *